6 de julho de 2015

Escaravelho- vermelho (Rhynchophorus ferrugineus) na Amareleja

 Não que sejam muito abundantes por estas paragens, ainda assim existem alguns  exemplares de Palmeira- das- canárias ( Phoenix canariensis) a adornar jardins públicos e privados na Amareleja 

As palmeiras foram um símbolo de poder e de estatuto em séculos passados, quando os viajantes as traziam de paragens exóticas para adornar os seus jardins,  mas perderam o poder e correm o risco de sucumbir na guerra contra a praga agora que agora as assola em todo o país.

A culpa é do escaravelho vermelho (Rhynchophorus ferrugineus), originário da Indonésia, e que invadiu Portugal em 2007, alojado em plantas importadas, através do Sul de Espanha e do Egipto.


Não se sabe quantas palmeiras já morreram, mas serão muitas centenas, que se traduzem em milhares euros de prejuízo para câmaras e privados. Em Lisboa, por exemplo, a câmara tem cerca de 600 palmeiras em tratamento e já abateu 359, tendo gasto 180 mil euros. O custo médio do abate e remoção dos resíduos infestados (sem incluir o custo de incineração) varia entre os 350 euros e os 1500 euros. A autarquia tem mais 1288 plantas sinalizadas para abate – das quais 693 estão em terreno privado. E até as palmeiras do jardim da residência oficial do primeiro-ministro, no Palácio de S. Bento, já foram atingidas. O caso já foi comunicado às autoridades.


 Aparentemente será a primeira vitima deste coleóptero na Amareleja.




Mais uma em Safara


Como se previne a praga?
É preciso manter a palmeira debaixo de olho e fazer a manutenção. A poda deve ser feita entre Novembro e Fevereiro, quando o insecto está menos activo, retirando só as folhas secas e evitando podas do tipo “ananás”. Os cortes devem ser lisos e não lascados. Os resíduos devem ser destruídos por trituração, queima ou enterramento. Também há tratamentos preventivos, que custam cerca de 500 euros por ano, por palmeira.




Que sintomas apresenta a palmeira infestada?
Não é fácil a detecção precoce da praga. Quando as folhas parecem roídas nas pontas (em forma de V) e descoloradas, é urgente actuar. O ruído produzido pelas larvas enquanto se alimentam e um odor intenso resultante do apodrecimento dos tecidos internos da planta são outros sinais de alerta. Quando a coroa da palmeira tem já um aspecto achatado com as folhas descaídas, tipo “chapéu-de-chuva”, já será tarde de mais. As plantas ficam frágeis e as de maior porte podem mesmo cair, representando um risco para a segurança de pessoas e bens.

  O que fazer em caso de infestação?
Deve informar a câmara municipal ou a Direcção Regional de Agricultura e Pescas, para que avaliem a possibilidade de recuperação. Esta comunicação é obrigatória. Se a praga for detectada na fase inicial, aplicam-se produtos químicos ou biológicos e fazem-se podas sanitárias, eliminando todas as folhas “comidas” pelas larvas e limpando a parte da palmeira afectada até chegar aos tecidos sãos. Se for irrecuperável, o proprietário é notificado para fazer o abate, que pode custar entre 300 euros e 1000 euros (dependendo do tamanho). Se não cumprir a notificação, terá de pagar os custos à entidade que execute o abate e fica sujeito a uma contra-ordenação que pode ir dos 100 euros aos 3740 euros, para particulares, ou dos 250 euros aos 44.890 euros, para pessoas colectivas.


Mais uns exemplares afetados, desta vez em Évora.







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